Um olhar documental sobre o Plattdeutsch e as raízes culturais que permanecem.
Quando pensamos em retrato fotográfico, qual imagem vem na sua memória? Existem diversas fotografias e retratos que são considerados históricos, porém se eu fizer um rápido comentário – “A Menina afegã”, acredito que a maioria das pessoas vai lembrar da fotografia registrada por Steve Mccurry. Apesar desta fotografia ser de 1984, eu a vi pela primeira vez anos mais tarde, tinha entre 10 e 12 anos numa revista Super Interessante.

Os retratos documentais sempre me despertaram alguma curiosidade. Já na faculdade, quando comecei a me interessar pela fotografia, passava horas folheando revistas da National Geographic, no intervalo das aulas ia até a biblioteca para procurar por novas revistas e livros de fotografia. Nesse período fiz alguns retratos que possuem um valor sentimental e que considero retratos interessantes, pela sua expressão e história.
Depois de alguns anos percebi que eu não levava muito jeito para fotografar pessoas. Sou meio tímido, introvertido e sempre achei que não levaria jeito pra coisa. Com isso, comecei a me interessar pela fotografia de paisagem, arquitetura e pela longa exposição. Quando me perguntam o que eu faço, digo que “fotografo pedras”, rs. Isso mesmo, me tornei um retratista de pedras. Elas não se mexem, simplesmente estão lá, esperando para que eu faça seu retrato. Assim, nestes últimos 15 anos me dediquei quase que exclusivamente fotografando minhas longas exposições e meus trabalhos comerciais.
Nesse meio tempo, comecei a acompanhar e estudar o trabalho de fotógrafos documentais e me interessei novamente por retratos. Durante um café com meu amigo Gustavo Lacerda, comentei sobre a ideia de realizar um projeto (Plattdeutsch) na minha cidade natal, e ele fortemente recomendou para que realizasse o projeto com filme 120 ou até mesmo grande formato. Assim, algum tempo depois, comprei um câmera de médio formato e filmes diversos.

Como comentei numa newsletter anterior, o projeto ficou engavetado entre 2020 e 2024. Neste ano decidi voltar a produzir as fotografias, e estou organizando alguns viagens para o sul e ampliando minha pesquisa para outras cidades e estados: Espirito Santo, Paraná e Rio Grande do Sul onde o plattdeutsch ainda é falado. Ao final do projeto, quero reunir um conjunto de fotografias – retratos, fotografias de paisagens, registros da arquitetura e still-life – para contar a história das pessoas que ainda falam esse “dialeto” aqui no Brasil, que chegou com os imigrantes alemães no século XIX.
Estou escrevendo os textos também no Substack e quero usar esta newsletter para divulgar o andamento dos meus projetos, compartilhar curiosidades, contar histórias dos retratados e mostrar o processo por trás das câmeras. O Plattdeutsch, é um dos projetos em que estou trabalhando este ano. O outro projeto que pretendo finalizar no segundo semestre, é a publicação do meu primeiro livro sobre a série Litorâneas.
Sobre o livro, irei compartilhar mais informações no próximo post.
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